terça-feira, 7 de junho de 2016

Um fantasma chamado H1N1 - Por Dra. Fernanda Catharino

Sinceramente, desde 2009 batizei esse vírus de fantasma. Só quem viveu aquele pesadelo em 2009 vai entender o que quero dizer com isso.... Pânico total e geral! Emergências lotadas, crianças morrendo, internações mil, grávidas perdendo a vida ou dando a vida a bebês afetados.... que loucura!  

Assim ele chegou para conviver conosco, totalmente desconhecido. E isso era o que mais apavorava. Estávamos diante de uma epidemia causada por um “bicho” novo, que matava! Cada dia descobria-se algo sobre ele e enfrentamos a temporada com algoritmo clínico modificado a cada dia.  

Ao classificar o vírus como “parente próximo” do vírus da gripe, conseguimos pelo menos orientar melhor as pessoas: Lavar as mãos, não participar de aglomerações, proteger-se do contato com pessoas resfriadas, uso de álcool gel, foram medidas adotadas de imediato.

Logo depois foi disponibilizado um grupo de risco foi estabelecido. Com a faixa etária definida conseguimos filtrar os casos potencialmente suspeitos.
Por fim, conseguimos destacar sinais de alerta, que foi de grande valia para conter os ânimos nas Emergências.

Os trabalhos se intensificaram no sentido de disponibilizar com urgência uma vacina. E já em 2010 tínhamos a primeira campanha para o famoso H1N1 no Brasil.

Aí você deve estar se perguntando.... foi resolvido o problema? Nãããããoooooo! Vários implicadores fazem parte dessa negativa. Mas sem dúvida o maior deles é: A não adesão de 100 % das pessoas as vacinas!  Meu Deuuusss!!!!! Por que ainda temos pessoas que preferem correr riscos? E o pior, oferecerem riscos? Me pergunto todos os dias....  Por que ainda temos uma cultura de medo da vacina?

Isso é serio. Eu vivi esse pânico! Eu assisti um bebê contaminado perder a vida. Eu tinha um bebê de 10 meses em 2009 e por contato direto com criança contaminada fiquei sem vê-lo por 5 dias, tomando medicação específica pra não me contaminar. Eu sofri assistindo várias mães desesperadas. Eu fiquei uma mãe desesperada diante daquela cena.

E ai, chega 2016... 7 anos depois, e sou convidada a falar sobre o que fazer para prevenção do vírus H1N1. Vamos fazer um lembrete?
1.    Vacine-se e vacine toda a sua família! A vacina é oferecida na rede pública para os grupos de risco. O ideal é que todos sejam vacinados. A vacina demora de 2 a 3 semanas para conferir imunidade.
2.   Evite aglomerações na época de maior circulação do vírus. De abril a setembro, a época de temperaturas mais baixas as aglomerações são mais comuns.
3.   Lave suas mãos com água e sabão. Isso evita a disseminação direta do vírus.
4.   Proteja-se de secreções de pessoas resfriadas. Use lenços para proteger-se de tosses, espirros e corizas.
5.   Use álcool gel. Medida fácil para evitar a disseminação viral em qualquer lugar.
6.   Beba bastante líquidos para fluidificarem secreções de orofaringe.
7.   Incentivem a lavagem das narinas com soro fisiológico diariamente.



Medidas simples são capazes de impedir essa disseminação. Faça sua parte. Espalhe essas informações.

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