segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Depressão Pos-parto! Parte III - O que vc sente quando vc sente... - Por Monique Ranauro

Me chamo Monique Ranauro, tenho 29 anos, sou mãe da Mia de 05 meses, casada com o Marcos e trabalho como fotógrafa.
Decidi escrever sobre minha depressão pós-parto pra aliviar as dores que a doença me trazia. 
Acredito que o primeiro passo para se livrar dessa imensidão de tristeza e medo que a depressão nos traz, seja falar sobre ela

Escrevo essa carta diariamente e gradativamente por longos 04 meses e 16 dias, para ser exata. 

Me faltou coragem pra publicar. Até ontem. Aliás, ainda falta.
Mas eu li tantas mensagens esses dias que segurei firme e me joguei. Estou aqui.
Vim por mim. 
Vim por um pai que me mandou mensagem relatando que a esposa se matou, não aguentou a pressão emocional e ele cuida do seu filho sozinho. 
Vim por uma mãe que quis matar seu bebê no puerpério, desistiu, não consegue conviver com essa culpa e hoje me escreveu dizendo que minha história encorajou ela à seguir adiante com a família que tanto ama.

Quantos sofrem em silêncio? O silêncio que mata, que acaba com a alegria...

O parto normal induzido e traumático, com 30 horas de bolsa rota não me privou de ser frágil. Forte? Quem?

Me sentia destruida, sabe?!

Não conseguia olhar minha filha dormindo que já pensava nas formas como ela poderia morrer. Pode engasgar, sufocar...E se eu dormir e não escutar?! E se ela morrer, que vestido vou colocar?
Nenhum cabe. Ela ainda é muito bebê... Mas eu morro junto! Preciso preparar minha roupa!

Cadê aquele amor avassalador que deveria nascer junto com a criança? Ela nasceu e eu só sabia ter alucinações e desespero.
Andei por exaustivos meses com um pijama velho e sujo de leite. Tirava pra lavar e vestia o outro, sem cor.

Eu não dormia. Passava o dia e a noite vigiando igual sentinela.
E nem esse cuidado exagerado me impediu de deixar a Mia cair do meu colo...
Cochilei enquanto amamentava.
Sofri várias alucinações. Após o parto, no hospital, e já em casa. Por sorte fui acordada pela bendita. Um grito absurdamente alto de uma criança grande, vestida de branco:
"Não! Não! Acorda!"
E quando me deparei com a cena da minha bebê chorando, mole, amparada pelos meus joelhos pontudos de criança magricela, eu morri. E ainda não renasci por completo até hoje.
Como eu pude me descuidar? Inadmissível!

Os pontos da epiosotomia doíam tanto que eu mal conseguia andar.

Defecar? Que tormento!
Pára de fazer força, cacete! Beba líquido. Coma mamão.
Pronto, Monique! Os pontos abriram mesmo contigo comendo até mato integral.

As paredes da casa sabiam de cór o som das minhas lágrimas.

Cantava pra minha filha a canção mais amarga e sem cor desse mundo enquanto ela era aninhada em meus braços sem aconchego.

As alucinações, o medo de perder a Mia, os remédios ingeridos, os cabelos que eram arrancados minuciosamente e diariamente por mim e em seguidas jogados no chão, as cabeçadas que foram dadas na parede às 17h, os tapas que dei em meu rosto enquanto me olhava no espelho repetindo como um mantra o quanto eu era péssima mãe por não estar feliz, os gritos no travesseiro, os arranhões que dei no braço enquanto a Mia chorava de fome porque meu leite não era forte, a dor de achar que fracassei como mãe porque meu leite secou aos 02 meses de idade da minha filha, o pânico de sair na rua, o ódio que tive da minha filha de 04 patas quando ela quis atacar a Mia acidentalmente ao vê-la gritando de cólica, a insônia, a perda exagerada de peso, a falta de apetite, as vezes que fiz meu marido chorar assustado, as visitas que eu proibi por medo de me acharem louca e acharam, o surto no casamento da minha irmã (não consegui ficar 1 hora na festa de casamento. Fui tomada por um desespero e uma tristeza imensuráveis), as vezes que virei os porta-retratos do meu casamento, os escondendo na intenção de não lembrar que eu ia destruir minha família se resolvesse partir...
Tudo isso matou a Monique.

Quantas vezes eu me matei?!

Olhava da sacada da minha varanda a chance de resolver minhas dores.
Meus medos? Ahh, esses poderiam ser resolvidos com inúmeras cartelas de remédio ingeridas de uma só vez.

Eu tive coragens absurdas! Insanas!

A morte te chama pelo nome mesmo, olhando nos seus olhos e sorrindo. Por duas vezes ela me seduziu. Faltou pouco! Quase me deixei levar se não fosse a criança gritando.
Minha nossa, como ela grita! Advinha a hora certa.
Nem deixa eu me matar em paz!
E quando eu ia olhar aquele bebezinho tão corado e pequeno clamando pelo calor dos braços da mãe, ela abria um sorriso canto de boca e sem dentes. Eu caía no chão e ficava ali, chorando de gritar, desejando que o chão se abrisse e eu puder partir.
E eu chorava tanto...
Me culpei tanto!
A Vida, filha de 04 patas, vinha e deitava colada em mim como se quisesse me dar um abraço.
O marido chegava do trabalho magro e destruído por dentro e me segurava tão forte com um abraço que eu desfalecia no colo dele. Perdi 20 kg. Marcos perdeu 12 kg. Perdemos tantas coisas.

Meu silêncio era constante. E quando abria a boca, era pra falar que eu não estava aguentando mais.
Os olhos do Marcos gritavam desesperados.

Minha mãe ligava chorando 24 horas com medo. Eu fui monitorada por 03 meses. Ligações e mensagens a cada 5 minutos.
As irmãs e as poucas amigas ficavam ali, chorando junto. E eu só sabia falar do quanto precisava que cuidassem da minha filha porquê eu ia morrer.
A dor era tão grande que eu não ia aguentar.

Eu aguentei.
Aguento.
Seguro firme na mulher de força que me tornei e não largo mais.

O cabelo agora cai sozinho por causa dos hormônios. As lágrimas de dor ainda insistem em dar as caras, mas é difícil elas aparecerem. A criança corada, pequena e indefesa tá crescendo e já sorri toda aberta!
É a "coisinha" mais perfeita do universo!

E eu tô aqui, do meu jeito, tentando ser melhor como mãe, mulher e ser humano.

Hoje acordo mais forte, mais mãe, com menos culpa, menos medo e disposta a encarar esse bicho de sete cabeças que é a maternidade.

Certa vez ouvi de alguém que os filhos crescem e voam. Que tudo passa rápido.
Eu sinceramente só espero que esse desespero que insiste em dar as caras "do nada" passe rápido e eu consiga aproveitar por inteiro cada momento único com minha família. Só isso que eu peço.
É pedir muito?

Se eu pudesse congelar o sorriso banguela da Mia, certamente eu faria.

Não há foto que registre a paz que sinto quando a Mia sorri. Todo medo vai embora, não existe mais dor. É um amor tão imenso... Não existe mais nada além dela naquele momento. Nada! Nem a mãe destruída e medrosa.

Não sou uma mãe que enlouqueceu. Sou uma mulher humana, sem super poderes que se tornou mãe e precisa somente de um tempo pra enfrentar toda essa (nova) emoção.


Eu preciso de todo tempo do mundo, sem pressa.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Depressão pós-parto! Parte II - Identificando e tratando! - Por Dr. Rodrigo Toledo

Olá Mamães!

Meu nome é Rodrigo Toledo, 41 anos, sou Médico Psiquiatra, com Residência Médica pelo Instituto Philippe Pinel - RJ, Pós-Graduado em Geriatria e Gerontologia pela UFF, com 16 anos de experiência em Psiquiatria, atualmente atuando apenas em Consultório Médico. Casado e feliz com Thatiana Toledo, Pai do Rafael de 5 anos e da Victoria de 1 ano e 7 meses. Músico Amador nas horas vagas e Apaixonado pelos Beatles.
Recebi o convite da Renata, para escrever no Blog sobre o assunto Depressão Pós-parto. Apesar de ser a primeira vez que escrevo em um Blog, fiquei feliz com o convite e super motivado, visto ser um assunto de suma importância e de meu dia a dia em consultório. A idéia não foi apresentar um texto técnico, como termos Médicos, mas passar um pouco do que é a Depressão Pós-parto, de uma forma mais informal.  Espero que gostem e que eu possa ter elucidado mais sobre o tema.

Maternidade é uma Benção! Alegrias, Realizações, Sorrisos, cheirinho de bebê, roupinhas, expectativas,... mas também responsabilidades... Muitas e muitas responsabilidades. Cansaço, noites mal dormidas, exaustão, mudanças no corpo. Imagine somar a essa equação um Quadro de Depressão pós-parto.De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Depressão pós-parto afeta entre 10% e 15% de mulheres em países industrializados e, entre 20% e 40% de países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, uma em cada sete mulheres passa por este problema.

Na Psiquiatria, a fronteira entre o Normal e o Patológico é muito tênue e, a primeira dúvida que todos temos, quando falamos de Depressão é: Como eu vou saber se é Tristeza ou Depressão? Qual a diferença entre Tristeza e Depressão? Costumamos dizer, de maneira sucinta, que a tristeza costuma ser momentânea e a Depressão não, necessitando de acompanhamento Médico Especializado. A Tristeza é um sentimento e faz parte da condição humana. Não vivemos felizes todos os dias, o mês todo, o ano todo e, nem por isso sofremos de Depressão. Se você me disser que perdeu um parente, um amigo, seu animalzinho de estimação e esta dando festa, isso sim seria anormal. A tristeza, nesses casos, é condizente, coerente, com seu momento de vida. Depressão é uma condição Clinica, uma patologia, não momentânea, não necessariamente condizente com seu momento de vida, que necessita de Tratamento Psiquiátrico. As causas de Depressão são variadas: além das Psicossociais, falamos também de alterações de Neurotransmissores, de Fenda Sináptica e Receptores,... mas esses são outros assuntos que, nesse texto não precisam ser abordados, visto a complexidade dos mesmos.

Trazendo esse conceito que acabamos de discutir para o tema Depressão pós-parto, qual a diferença entre Tristeza Materna ( Baby Blues ) e Depressão Pós-parto. De maneira mais simplista, podemos dizer que a Tristeza Materna pode acometer até 2/3 das Puérperas, iniciando nos primeiros 10 dias do pós-parto, com sintomas de irritabilidade, oscilação do humor, choro fácil, indisposição. Sintomas que não causam tanta alteração no funcionamento da mulher. A diferença para a Depressão, seria a intensidade e o tempo de permanência desses sintomas. Digamos que persistindo esse Quadro, após 6 a 8 semanas, já pensamos em Depressão Pós-parto. Casos mais graves de Depressão Pós-parto, podem permanecer por até 2 anos. Alguns estudos apontam que mulheres com Quadro de TPM mais severa, antes da gestação, são mais propensas a Depressão Pós-parto.

Não podemos deixar de considerar, também, que problemas psicossociais antes ou durante a gestação, também aumentam a prevalência de Depressão Pós-parto. Estamos falando, entre outras coisas, de Gravidez não desejada, não aceita pela família, situação civil irregular, etc. Fatores esses, que podem desestabilizar emocionalmente a Gestante.

Outro estudo aponta que Gestantes mais jovens são mais propensas a Depressão Pós-parto. A variação estatística, segundo estudos, mostra uma diferença de 23% para as mais jovens e de 11% para as restantes.
Sendo assim, os sintomas mais comuns da Depressão Pós-parto são:
·      Tristeza com piora no início da Manhã. Iniciar o dia é sempre um martírio;
·      Sem objetivo, planos para o futuro;
·      Ansiedade, que se intensifica mais a noite e prejudica o sono. Como se a cabeça não parasse de pensar, não desligasse;
·      Irritabilidade;
·      Choro fácil;
·      Humor oscilante;
·      Défict de Concentração;
·      Baixa estima;
·      Estranheza ao próprio bebê, como se não fosse seu filho;
·      Perda de libido;
·      Excesso ou perda de apetite;
·      Falta de energia.


O Tratamento deve ser conduzido em 4 frentes:  o Psiquiatra, o Psicólogo, o Ginecologista e o Pediatra. A idéia não é apenas recuperar a Saúde mental da mãe, mas também prevenir distúrbios no desenvolvimento do bebê e no relacionamento familiar.

O Tratamento Psiquiátrico é conduzido como se fosse uma Depressão Maior e, o uso de Antidepressivos é indicado. O sucesso com o uso de Antidepressivos requer disciplina da paciente e de sua família com o uso desses remédios. O Antidepressivo não é um medicamento que faz efeito na hora! Em média, o paciente começa a sentir os primeiros efeitos positivos após 10 a 15 dias. Deve-se usar o medicamento sempre no horário marcado e, todos os dias. Deixar de tomar um dia vai atrasar o benefício esperado pelo paciente. Bebidas alcoólicas não devem ser associadas. O Álcool é um Depressor do Sistema Nervoso Central. Diminua bastante o consumo de cafeína. A cafeína aumenta a Ansiedade. Evite bebidas à base de Cafeína, como Café, Coca-Cola, Mate, Chá Preto, energéticos como Red Bull.

Outra questão importante é que os Antidepressivos são medicamentos que passam para o leite materno. Aqui entra um ponto importantíssimo: a Amamentação. Nesse momento, solicitamos a participação do Pediatra. O Psiquiatra deve avaliar a relação custo-benefício de medicar a paciente que esta amamentando. Medicina não é Matemática. Não somos uma ciência exata e a regra é: Cada caso é um caso. A individualidade do Quadro Clínico de cada paciente deve ser respeitada. Existem pacientes que usam o Antidepressivo e param a Amamentação. Em outros casos, conseguimos esperar a Amamentação e entrar com o Antidepressivo mais tarde. Em outros ainda, usamos o Antidepressivo e a Amamentação vai aos poucos sendo retirada. Essa avaliação deve ser feita pelo Psiquiatra, com a Colaboração do Pediatra. Os Antidepressivos mais estudados, que menos estão presentes no leite materno foram a Sertralina e a Paroxetina.


Então, mamães, a Depressão é uma doença séria e deve ser levada a sério. Busque Profissionais Especializados para conduzir seu tratamento. Você deve procurar um Psiquiatra e um Psicólogo.
A participação dos Familiares, principalmente do Marido, é fundamental. Lembre-se que você é PAI e Marido, não apenas um Ajudante! E eu sei o que estou falando, sou Pai e marido também. Procure não apenas a melhora de seus sintomas, mas também retornar a Qualidade de vida. Qualidade de Vida é Saúde Mental, Atividade Física, Lazer, Vida Social,... Mesmo com um bebê pequeno, podem e devem ser retomadas. Se preciso for, use medicamento. Não tenha preconceito! Por isso, escolha um Profissional Especialista para fazer seu Tratamento. Não significa que você vai tomar remédio a vida toda! Esse talvez, seja o maior medo de todos os pacientes.
E por fim, lembre-se: Deus lhe deu o maior presente de sua vida e, Ele não lhe daria se você não pudesse cuidar! 


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Depressão pós-parto! Parte 1 - Pedindo Ajuda!

Oi meninas! Vim aqui através do blog mostrar minha experiência pós-gestação! Sou mãe de um menino lindo de 2 anos e 4 meses, e ate os 9 meses pos parto sofri com a depressão.

Sou da área de saúde, oriento grávidas e não pensei que passaria pela situação de depressão pós-parto. Quando meu filho nasceu, fiquei em êxtase! Uma felicidade que não cabia em mim, uma sensação de amor único, indescritível. Chegando em casa, a primeira semana foi muito boa. Mas sempre que caia a noite, eu começava a chorar. Era um choro sem motivo, mas muito sofrido! Já tinha informação sobre alterações hormonais pós-parto e então, racionalmente, para mim era só isso.

Com um mês, voltei a trabalhar. Noites sem dormir, associadas à amamentação, extração de leite, me deixaram mais sensível ainda. Achei que fosse exaustão, somente. Meu marido e minha família reclamavam que eu estava triste. Mas eu achava que era só cansaço...

A situação foi ficando insustentável e a depressão tomou conta. Lembro de situações que passei que mexem comigo até hoje... Certa vez, estava sozinha em casa com meu filho e cai num choro tão sofrido que fui para rua passear e encontrei com minha vizinha de porta. Olhei para ela e desabei de novo. Ela me levou para casa dela e passei a tarde la conversando. Ela é religiosa, então, me orava muito, o que me acalmava. As idas a casa dela eram cada vez mais frequentes. Me dei conta do meu desespero quando ela marcou uma viajem e ia ficar 1 mês fora, me senti, completamente, sozinha, naquele momento! E este mês que ela não estava, me tirou o pouco de chão que ela me trazia...

Por inúmeras vezes pedi separação... Achava que não amava mais meu marido... Como sentia um vazio muito grande, só via meu filho como meu companheiro e meu amor; não entendia mais quem era meu marido e seu lugar na minha vida. Olhava para ele como se ele fosse estranho e tudo que ele vazia me incomodava muito. Quando estava decidida a me separar, procurei uma psicóloga para me ajudar no processo, afinal, eu tinha um bebe em casa e ainda ia ter todo esse stress do fim da relação. Mas foi exatamente ai que as coisas "clarearam" para mim... Pois busquei ajuda! Mesmo que sendo com outro objetivo, descobri o real problema na minha vida: a Depressão pós-parto! Meu marido graças a Deus entendeu tudo... sempre foi muito companheiro e não desistiu e mim... e quando comenta com alguém diz, simplesmente, que era chata!!!!

Por opção, escolhi não tomar anti depressivos, pois não queria atrapalhar a amamentação. Com a evolução da terapia e apoio do marido e família melhorei e voltei ao meu humor e animo normal! Esse processo durou 9 meses! Confesso que perdi muito tempo relutando em buscar ajuda... Sei que não é fácil, pois a gente se culpa, afinal era pra ser o momento mais feliz da sua vida, mas nem sempre as coisas são como a gente pensa, né?! Mas admitir isso é o mais difícil...

Por isso, se sentirem qualquer coisa que não julguem o seu normal, procurem ajuda imediatamente! Não percam tempo por vergonha, por achar que não estão dando conta, por medo de julgamentos... Meus principais sintomas foram: tristeza sem explicação, angústia, muita muita angústia, choro sem motivo; irritabilidade; insônia; sensação de vazio. 

Tudo resolvido através do carinho de minha família, ajuda profissional e, acima de tudo, por eu aceitar minha situação e admitir que havia algo errado!!! Não fique se culpando se vc não é uma mãe de comercial de margarina... Mas se isso te faz sair do seu normal, procure ajuda! Provavelmente, está mais difícil para vc lidar com isso do que vc pensou...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Efeito Baby Blues - Por Marina Narcizo

Fiquei muito animada quando a Renata me convidou para falar um pouco da minha experiência de pós parto porque este é um assunto pouco falado, provavelmente, porque muitas mulheres sintam vergonha de expor alguns sentimentos que surgem com o nascimento do bebê. Eu mesma, só soube que muitas mães passam pelo que passei depois que comecei a falar sobre isso com outras mulheres.

Bem, antes de começar meu relato, vou me apresentar, meu nome é Marina Narcizo, sou psicóloga e tenho um filho de 1 ano e 7 meses. A minha gravidez foi muito desejada e planejada, toda a minha gestação correu muito bem, sempre estive muito bem disposta e, consegui manter minhas atividades e trabalho até o finalzinho da gravidez. Theo nasceu com quase 42 semanas, super saudável e lindo!

Parece ser o cenário perfeito para a alegria estar completa, não é mesmo? Mas, não era exatamente assim que eu me sentia.

A gravidez, na maioria das vezes, é um momento de expectativas e idealizações, ficamos imaginando como será nosso bebê, com quem vai ser parecido, como será rotina após o bebê nascer, o que esperamos do parto... Mesmo eu, que sempre fui muito realista e nunca tive uma visão muito romantizada sobre a maternidade, tive um certo choque de realidade quando Theo nasceu. Com a sua chegada, surgiram também uma série de sentimentos difíceis de lidar e compreender em um primeiro momento, além de um turbilhão de hormônios que habitava o meu corpo pós parto e que faziam com que eu me sentisse a pessoa mais feliz e infeliz do mundo em frações de segundos. É algo muito difícil de explicar porque era uma oscilação de humor muito brusca, muitas vezes, nem eu sabia porque estava triste, e, nestas horas, ficar buscando explicações é ainda pior porque não há racionalizar estes sentimentos.

Esse é o chamado "baby blues" que não chega a caracterizar uma depressão pós parto, pois seus sintomas costumam desaparecer depois das primeiras semanas, mas é um quadro extremamente comum que muitas mulheres vivem e passam por isso silenciosamente.

Para quem está de fora, e até para nós mesmas, pode parecer algo incompatível ter um bebê nos braços e estar deprimida, mas o tornar-se mãe é um processo complexo, somos convocadas a ocupar um novo lugar no mundo e, por um bom tempo, ficamos vivendo esse papel de mãe como se não fosse mais possível fazer qualquer outra coisa que não trocar fralda, dar de mamar, colocar pra dormir, dar banho, trocar fralda, dar de mamar, ... 

É uma rotina exaustiva, principalmente para uma mãe de primeira viagem que nunca viveu esta experiência antes, parece que não vamos dar conta, que vamos sucumbir a qualquer instante, mas o que eu posso dizer é que isso passa! Muitas vezes, pequenas atitudes e decisões podem nos ajudar a aliviar um pouco a pressão e passar por este momento de forma mais tranquila, listo aqui algumas coisas que foram importantes para mim e que podem ajudar outras mães também:
  • Não hesite em pedir ajuda. É importante ter pessoas com quem você possa contar para ajudar nas atividades diárias, você não precisa dar conta de tudo sozinha, lavar uma louça, varrer a casa ou ficar com o bebê para você poder tomar um banho, ir ao banheiro, acredite, até as necessidades básicas se tornam não tão básicas assim com a chegada do pequeno. 
  • Respeite seus limites. Tome decisões levando em consideração o que também é melhor pra você, isso é muito importante para criar uma relação tranquila entre você e o bebê. Quando nos tornamos pais passamos a ter muita dificuldade em aceitar e respeitar nossos limites, pois o encaramos como uma fraqueza, a gente quer sempre ir além, fazer mais e melhor, mas é importante entendermos que o limite é até onde podemos ir sem que isso nos faça mal.
  • Tire um tempo pra você. No começo é dificil, comece estipulando pequenas metas realistas que você vai conseguir cumprir, como por exemplo, tirar uns 15 min por dia para ler um livro, escutar uma música, caminhar, algo que te faça bem, com o tempo você pode ir estabelecendo outras metas, sempre pensando de forma realista para não se frustrar.
  • Siga sua intuição. Muita gente irá dar palpites e conselhos, na maioria das vezes, são pessoas próximas, da família, que exercem uma certa influência sobre nós, mas só você pode saber o que é melhor para o seu filho, então guarde aquilo que te servir e o resto ignore.


Hoje, posso dizer que esta experiência que vivi serviu para estreitar ainda mais os laços com meu filho, porque me permitiu perceber as minhas próprias limitações e adequar isso a minha relação com ele. O importante é entender que não há nada de errado com você e ter paciência porque com o tempo a rotina se ajusta, você e o bebê entram em sintonia e, no final, dá tudo certo, acredite!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Viajando com o Bebe! - Parte III - Por Dra Fernanda Catharino

Olá pessoal! 

Estou aqui desta vez para falar sobre viagens com os pequenos.... Viajar é bom demais né? Todos concordam que sim, mas viajar com eles requer alguns cuidados importantes. Quando tive meu primeiro filho, há 7 anos, não fazia consultório de pediatria e sempre pensava em idéias para quando tomasse coragem em abrir o meu. Uma delas era dar assistência á distância. Gente, nada como ouvir o SEU pediatra, aquela pessoa que AGENTE escolheu pra cuidar do nosso filho! É difícil conseguir isso de alguém. E hoje em dia até o Conselho de Medicina diz que é proibido fazer essa assistência. Bem, sou Pediatra, amo o que faço, amo mesmo, com vontade. Participo ativamente da minha profissão. E, não, eu não consigo não atender telefone ou mandar uma criança minha para emergência como um sem .... médico assistente! Acho um absurdo! Agora, imaginem essa situação com uma família viajando? Criança doente longe do Pediatra! Pronto, a diversão perde a graça.

Então, mamães o negócio é se programar! Vai viajar? Façam uma listinha com todos os itens importantes e que não podem ser esquecidos e marquem uma consulta com seu Pediatra para obter informações e orientações para uma viagem tranquila. Vai pra praia? Mala de verão!!!!! Vai pra serra? Opa, pode esfriar... mudou a mala! Viagem internacional? Detalhes super importantes na bagagem de mão! Seu filho vomita viajando de carro? Calma! Tem orientação pra você também! Cadeirinhas adequadas para cada idade, cinto de segurança, velocidade ...  Sabiam que as crianças maiores podem dormir confortavelmente numa almofada acoplada ao cinto de segurança? Novidade boa pra eles! DVD no carro, pode? Pode no avião? Primeira viagem com o seu bebê? Se seu bebê pode andar de avião? Ufa! Muitos detalhes, né?  Por isso as orientações de quem você confia são tão importantes!

No meu consultório “batizei” essa consulta de consulta pré-viagem. Nela conversamos sobre tudo que vai envolver seu destino e, montamos a chamada “Farmacinha”. Nessa farmacinha prescrevo antitérmico, remédio para enjoo, antialérgico, remédio pra tosse, diarreia, remédio de nariz, pomadas específicas para assadura, alergia, picadas de insetos, filtro solar, hidratante pós- sol, repelente adequado. Sugiro que a mamãe tenha a receita e tudo que foi prescrito nela em uma necesserie separada e longe do alcance da criança, é claro.

Garanto a vocês que todos ficam mais tranquilos! A família por estar orientada adequadamente e eu, a Pediatra, por saber como orientar especificamente a criança.

Então borá arrumar as malas? Farmacinha pronta? Pediatra ciente? Sim! Sim, e sim! Então........ boa viagem e curta esses momentos com sua  família!


Grande beijo, e até a próxima!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Viajando com o Bebe! Parte II - Por Luciana Galvão

Mais uma vez adorei o poste do Playing paradise, afinal, eu amo viajar e claro, sempre quis que meu filhote curtisse tanto quanto eu.
Ok, viajar é muito bom, mas nós mães sabemos que a tarefa de organizar “o que levar” , “o quanto de roupa levar”  cabe a nós.

Assim como a Renata descreveu, eu costumo ser muito básica no que vou levar, não exagero na quantidade de roupas, de papinha, nada disso…levo o necessário, e por vezes já me esqueci de muita coisa, mas ok, dou meu jeito.

Bom, a primeira viagem do Tutu foi quando ele tinha 5 meses, fomos para Italia, no verão. Depois disso, já tivemos a oportunidade de irmos a Inglaterra, no inverno, voltamos a Italia, fomos a Orlando, Miami, ou seja, felizmente desde cedo Tutu “é viajado”, fora os finais de semana na casa de praia da vovó, em Búzios com os amigos, no sítio do Dindinho…deu pra ver que “não tem tempo ruim” , se é para viajar…nós vamos!

Hoje, com 4 anos a coisa é muito mais fácil, você só não esquece que está com criança porque isso é quase impossível para o ser chamado “mãe”.

Bom, fato que Tutu sempre foi um bebê / criança tranquila, e por enquanto eu só tenho ele, então administrar um só é mais fácil.Mas quando a Renata me falou sobre o post, na hora me lembrei de algumas “dicas” que caberiam aqui, pois aconteceram comigo.

Quando viajamos de avião (viagens longas), procuro sempre por voos que sejam noturnos, e tento manter Tutu acordado até o embarque, o máximo possível, assim, aumentam as chances dele dormir durante a maior parte do voo.  Pensando nisso, sempre tenho um brinquedo ou livro novo, qualquer coisa que o faça ficar esparto.  Quando bebê, eu trocava a fralda dele segundos antes do embarque, e dentro do avião eu colocava um pijaminha nele, parece bobeira, mas percebi que ele se acalmava e aquilo servia como sinal de “ok, hora de dormir”. Funcionava.

Claro que a medida que vão crescendo, essas estratégias vão mudando. Desde os dois anos de idade, tutu interagia vendo os filmes no avião, o que de fato facilita muito, mas o lance do brinquedo, livro ou caderninho de desenho novo….ah, na boa…isso funciona sempre!

Mas obvio que cada caso é um caso, e como eu disse, eu tenho apenas ele e ele é calmo, então, não custa converser com o pediatra antes de viajar sobre possíveis “remédios calmantes”, ou mesmo para enjoo. Vale sempre ter um desses!  Minhas afilhadas (gêmeas) por exemplo, precisaram tomar um desses, assim se acalmaram e dormiram….os outros passageiros agradeceram e todos fizeram boa viagem! Rsrsrs

Outra coisa que eu SEMPRE faço é levar na mala de mão uma troca de roupa complete para ele (incluindo cueca e meia) e uma para mim!
Isso mesmo, para mim! Já imaginou se ele passa mal, vomita, me suja…sei lá , ou se minha mala é extraviada? Então, prefiro ter uma roupa limpa “just in case”. Mas eu disse ser prática né?, sou mesmo, levo uma calça legging, uma blusa e peças intimas. Só. Nem ocupa espaço.

Quero agradecer novamente o convite do Playing Paradise em participar desse post.
Confesso que acho esse tema super interessante e cheio de detalhes. Tenho muito mais coisas para contar, mas não posso me prolongar, então, que tal você contar um pouco da sua experiência? 

Beijo a todas e boa viagem!