sexta-feira, 11 de março de 2016

Amamentação! Parte II - Pra quem tem peito!!! - Por Isadora Ribeiro

Ola meninas, 
Meu nome é Isadora, tenho 25 anos e sou mãe do Arthur de 2 anos e meio. Adoro escrever, falar, contar experiências e por isso estou aqui com muito prazer para contar para vocês como foi um pouquinho da minha experiência traumática da amamentação, e o que aprendi com ela;

Bem, engravidei do Arthur de surpresa, naquelas trocas do remédio e prestes a casar. Foi um belo sacudidão, mas tudo MUITO, MUITO NOVO.
Me preocupava muito com várias coisas, mas no auge dos meus 23 anos, algumas coisas que me falavam, principalmente os mais velhos, eu não dava muita importância, CONFESSO! 
Uma das coisas era a amamentação, diziam para colocar o seio no sol, massagem, pomada... e eu não tinha noção que os meus bicos invertidos nos dois seios, mereciam um cuidado redobrado. Com 5 para 6 meses de gravidez, começava a sair colostro de ambos os seios, eles já estavam enormes...  Aos 8 meses, após o banho quente, eles jorravam leite para quem quisesse.
Achava aquilo normal, e quando dividia com alguém ouvia: "Graças a Deus!", "Quanta fartura!"...
E era, realmente muita sorte a minha... Comecei a ler, e tentar me dedicar mais ao cuidado com o seio, já estava quase chegando aos 9 meses... 
Li então que o estimulo de bicos nesse caso, com tanto leite já saindo antes do neném nascer, o corpo receberia um estimulo e eu poderia ter um parto prematuro (não faço ideia de isso é verdade, e eu erroneamente não fui atrás para saber.)

Um dia, com 37 semanas e 6 dias, começam as minhas contrações. Era Arthur, vindo ao mundo...foram 14 horas em trabalho de parto, uma pressão subindo e nenhuma dilatação. Recorremos para cesárea, e lá nasceu ele... 47 cm, 2,555kg. Na hora me assustei, esperava um neném maior, mais gordo ( porque era assim que as amigas contavam que era uma criança saudável!)  e logo tomei uma chamada do pediatra que disse: "Mãe, seu neném é forte e saudável." 

Tudo certo e fomos para o quarto. Chegando lá, cadê o bico? cadê a mãe experiente que tinha se preparado para amamentação? Não existia!
Existia uma mãe, diante do olhar de preocupação da família inteira ao lado de uma enfermeira grosseira, que apertava o meu seio como se fosse uma buzina, e me ameaçava em tom rude: "Anda, você precisa fazer com que ele pegue no peito, se não pegar, fará uma hipoglicemia e eu vou interna-lo na uti." Eram todos os parentes tentando me acalmar, e eu chorando, pensando na tal da uti neo natal. 

Na hora, uma dor de cabeça muito forte tomou conta de mim. Era a tal da pressão alta que participou de toda minha cesárea, mandando noticias.
O médico assistente entrou e precisou me dar uma medicação, tirar algumas pessoas do quarto, me deixar quieta e sem falar, para que a pressão se estabilizasse. 
Pronto! Aquele momento maravilhoso, minha alegria no centro cirúrgico, minha ansiedade em ver meu filho... ia embora, junto com ele de volta para o berçário, para tomar o famoso "complemento"

No inicio da noite, fui orientada a comprar uma concha, onde auxiliaria a amamentação.
Olhava para o meu seio enorme, e roxo, com marcas de dedos, de tanto que havia sido apertado. Doía, mas eu já esperava o tal sofrimento que era amamentar.

O Arthur pegava o peito, mas era por pouco tempo. Durante os dois dias de hospital, ele fazia testes de glicose para saber da hipoglicemia, e as mamadeiras de suplemento vinham...

fomos pra casa, com a tal receitinha de leite em formula. O Arthur mamava, mas tão pouco... e eu jurava que ele precisava daquela formula do hospital. Se lá, médicos, enfermeiros davam, era o melhor para o meu filho né?

Com 10 dias pós parto, acordei com uma febre, dores de cabeça e seios duros... Dessa vez, era uma mastite... que fazia com que a amamentação fosse o tal tormento tão falado.
Foi a pior fase, a mais difícil, seios assados, mastite, febre... e um neném querendo peito todo tempo.

Era a família cobrando, minha mãe que quando me via sofrendo dizia: "eu sofria assim também, doí mesmo, mas você precisa dar..."
eu chorava e sim, intercalava as mamadas com suplemento, para que pelo menos por 1 horinha o meu peito pudesse ficar de molho em pomadas restauradoras.

Quando comecei a me adaptar ao bico de silicone, curtindo a amamentação, meu leite seca... SECA, do dia pra noite, ACABOU...
tomaaaaaa-lhe critica, tomaaaaaaaaa-lhe julgamento, tooooooma-lhe gente dizendo: "Você não se esgotou nas tentativas" 

Fui criticadas por pediatras, Arthur de fato era uma criança que adoecia com facilidade ( eu atribuo isso à uma junção de coisas, péssima escolha de pediatra - porque eu penei ate arrumar a alma iluminada que tenho hoje, falta do leite materno SIM, alergia alimentar e etc.)
Cheguei a entrar em um consultório uma vez, e quando contei que Arthur tomava o famoso NAN, o médico disse: "Você está matando seu filho"

Com um ano, tentei voltar para amamentação, corri atrás, pesquisei remédios, conversei com pessoas, mas a reciprocidade da própria pediatra da época não era boa. Disse que isso era idade de tirar peito, eu trabalhava fora... era loucura minha.

Bem, aprendi com isso que a Mãe, a Sogra, a Tia, e até aquela amiga que são radicais e dão conselhos grosseiros sobre a amamentação, não estão totalmente erradas. 
Que precisamos sim, ler, frequentar cursos de amamentação assim que descobrirmos que estamos grávidas, que precisamos ter muita paciência e dedicação, pois pelo menos eu, classifico a parte mais delicada e merecedora de atenção da vida mãe x filho.

Mas o mais importante, NINGUÉM DEVE JULGAR NINGUÉM. Seja você a mãe que conseguiu amamentar até os dois anos, ou você a mãe que não quis, ou não conseguiu. Cabe a cada um, sua escolha.
Todas as vezes que nós mães ouvimos uma critica em relação a isso, um apontamento, um julgamento... vocês esmagam nosso coração, e nos diminuem sim, nos fazem ter sentimentos de fracasso horríveis, e a sua ajuda, seu conselho tem efeito contrário sobre nós.

Hoje Arthur com 2 anos, eu vejo que ser mãe é MUITO ALÉM disso. Onde houve o erro? Eu não sei... mesmo listando alguns acima, eu não me julgo ainda uma mãe errônea, uma mãe displicente... 

Arthur hoje é saudável como era no primeiro dia que nos vimos, eu vivo por ele, e não foi uma boquinha sugando meu peito que fez esse amor tão lindo nascer entre nós.

SEJAM APENAS MÃES, o resto façam o melhor que puderem, e nunca deixem ninguém diminui-las. Ser mãe é difícil pra caramba, mas a gente consegue! 

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