Gente! Blogueira convidada na área! Como prometido, a Bia veio acrescentar o tema do puerpério (ou pos-parto mesmo!), mostrado a experiência dela nessa louca viagem que é ser mãe!
Se vc tem uma historia muito legal sobre sua experiência como mamãe de primeira viagem e quer dividir com a gente, é só entrar em contato aqui pelo Blog!
Ta contigo Bia!!!
Quando a Renata me convidou para escrever
no blog Playing Paradise fiquei muito feliz! Ela, naturalmente, fez o que eu
acredito sobre a relação entre mães. Nós nos conectamos! Tínhamos trocados
algumas palavras e foi o suficiente para exercitarmos a empatia, por fazer parte
do mesmo mundo materno. Renata, obrigada pela parceria, pelos diversos cafés e
pela conexão!
***
Era chá de fraldas da minha filha, estava
com 32 semanas e uma amiga perguntou-me quando seria melhor visitar a Lara,
depois que ela nascesse. Na hora, eu respondi “quando você quiser, amiga!”. Eis
que, uma pessoa muito próxima, interrompe a conversa e diz “é melhor esperar
passar os primeiros meses para receber visitas, você estará tão cansada que não
conseguirá servir uma fatia bolo para alguém”. Pronto! Acabei acreditando nessa
sentença e, a partir daquele momento, estava certa que eu seria excluída do
mundo.
Dramático, não? Mas foi assim que passei 4
meses da minha vida. Trancada em um apartamento, presa na rotina de mamadas, fraldas,
banhos, golfadas e sonhando por uma benção divina, por uma noite de sono. Tudo
para proteger a minha filha… Porque eu li, em algum lugar, que não se deve sair
com o bebê antes de ter todas as vacinas. Porque, nesse mesmo lugar, dizia que
todo bebê gosta de rotina e que os horários para cada mamada, troca de fralda,
banho e soninho devem ser seguidos, rigorosamente. Porque todas as mães falavam
como é cansativo cuidar de um bebê e eu tinha que me sentir igual. Porque eu
ficava me convidando para a casa de qualquer parente, para passar uma tarde, só
para sair de casa e ir para um lugar seguro com a minha filha. Porque eu me
tornei refém de uma vida que eu não queria!
Os amigos vinham de vez enquando, mas não
para conversar, bater aquele papo furado, mas para saber como a minha filha
estava, se ela mamava bem, se ela dormia bem, se ela chorava muito, se ela
tinha muita cólica. E eu, trouxa e orgulhosa, respondia a todas as perguntas
com detalhes de quem lidava muito bem com tudo aquilo. Eram nesses momentos,
que eu podia reforçar a imagem da super mãe… E quem iria perder essa
oportunidade?
Mas, e as minhas perguntas? E se eu chorava
muito? E se eu tomava banho? E se eu dormia? Ninguém perguntava ou queria
saber. Pelo menos por whatsapp (viva a tecnologia!), algumas amigas que foram
mães, recentemente, respondiam a uma dúvida ou outra, e perguntavam como eu
estava… O que me fazia sentir que eu tinha alguma conexão com o mundo lá fora.
E lá se foram os dias passando, até que
descobri um grupo de mães que fazia aulas de dança com seus bebês!!! Isso para
mim foi libertador!!! Sim!!! É possível ter vida social, fazer um exercício,
tomar um café, viver algo prazeroso para mim e estar com a minha bebê ao mesmo
tempo! Contava os dias para a próxima aula…
A partir daí, descobri (e parei de me
culpar) que tudo o que eu queria era, simplesmente, sair de casa e bater um
papo com outras mães, não só sobre as dúvidas da maternidade, mas sobre fofocas
e outras figurinhas, também. E fui mais além, descobri que não queria me livrar
da minha filha para ter, novamente, momentos de convívio social… Que é possível
ir e vir com um bebê pelas ruas, ao invés de ficar em casa sonhando com o dia
que iria voltar a ter a minha vida, antes de ser mãe.
Muito louco isso! Sonhamos com aquela
coisinha pequena em nossos braços, esse sonho nos faz mergulhar em um pesadelo
construído pela sociedade de que mãe tem que ficar dedicada, exclusivamente,
aos cuidados e proteção de seu filho, até sonharmos em não queremos ter aquela
coisinha pequena nos braços e ter uma vida de volta.
Passou, então, a acontecer a parte gostosa
da história.
Fiz uma lista de coisas que valiam a pena
colocar na bolsa. Sempre fui uma pessoa muito prática, e não fazia sentido a
mala ter tanta coisa que pesava mais do que a minha filha! Pronto! Primeiro
obstáculo superado! E a desculpa de que sair com um bebê é muito complicado,
porque tem que levar muita coisa, não existia mais! Comprei uma mochila!
Depois decidi experimentar esse negócio que
está na moda, chamado sling. O que para mim era coisa de índio, passou a ser
outra libertação! Gente! Eu não fazia ideia como aquele pedaço de pano poderia
ser tão prático e confortável, tanto para mim quanto para a Lara! Amei tanto
que cheguei a ter vários tipos, até descobrir qual fosse melhor para nós duas.
Hoje eu falo que é frescura, mas foi uma
quebra de tabu colocar o peito para fora e amamentar a minha filha em qualquer
lugar. Acabava sempre optando por um lugar mais reservado, não por vergonha,
mas mais para curtir um momento de intimidade, entre mim e ela. Mas depois, de
mudar esse pensamento, não perdi nenhum convite de almoço, não deixei de ir, a
qualquer lugar, só porque, teoricamente, seria no horário da mamada da Lara.
Como disse uma amiga muito queria, "hoje me arrependo de não ter saído
mais, afinal de contas o peito estava comigo, era só levá-la comigo e tudo
estaria resolvido".
E, nesse caminho, foram outras
transformações: andar com ela sozinha de carro (visualiza o desafio: eu moro na
Zona Sul e minha mãe na Barra),
dar uma volta no shopping (não tinha
dinheiro para gastar, mas é sempre bom ver as modas e aproveitar o ar
condicionado durante o verão mais quente do Rio), caminhar pela Lagoa (isto
quer dizer, sair de carro e levar o carrinho na mala), brincar na areia da
praia e ficar rosada por causa do sol (com direito a comer areia, é claro!), comprar
uma cadeirinha para a bicicleta e me aventurar pelas ciclovias do Rio (passeio
que ela curte muito e adora andar de bicicleta até hoje)…
Eu passei a conversar, abertamente, com
outras mães sobre o que passava e receber um enorme carinho delas… Como eu
sentia falta de um papo gostoso!!! E em troca ganhei conselhos (mesmo que
alguns não fizessem sentido para mim) ganhei colo, abraços e amigas.
Muita gente vai te dizer que você deve
proteger o seu filho e que isso significa ficar em casa. Muita gente vai dizer
que a maternidade é linda (principalmente nas novelas) e que puerpério não
existe. Muita gente vai te falar sobre o lado negro da força e como ter um bebê
é difícil e muito cansativo e o que salva é o amor que toda mãe tem pelo seu
filho.
Enfim…
O que eu posso te dizer é, que um bebê faz parte da sua vida e que despertará
em você a leoa protetora de sua cria, mas que essa mesma leoa vive em bando, ela
não cuida sozinha do seu filhote! Permita-se um colo! Busque um abraço, uma
palavra, um carinho quando você precisar. Não viva a solidão! Viva a sua
liberdade de ser mãe!
Muito bom o texto amei!! Vou lembrar disso quando eu precisar, por enquanto estou em outra fase que tb não é muito fácil, pelo menos pra mim...
ResponderExcluirOlá Lilika, qual fase você está? Se não está sendo fácil para você, procure uma mãe para trocar experiências! Quando compartilhamos, a identificação e até mesmo só em ouvir a nossa própria voz falando daquilo que não é legal para nós, já ajuda a aliviar e suavizar um pouco. Participe do Espaço Café com Leite. Este é o espaço para mães se conectarem. facebook.com/espacocafecomleite
ExcluirSensacional. O que mais escuto ultimamente é essa história, besta diga-se de passagem, que os primeiros meses tem que ficar em casa. Óbvio que não vou expor meu filho a nenhum risco. Mais um passeio na pracinha, no shopping, uma caminhada com ele no calçadão pra ver gente, tenho certeza que mal não faz. De início tive medo dessa solidão. Mais já venho trabalhando na cabeça essa coisa de não me isolar, e o texto foi sensacional ao dizer que o peito está em mim. Ou seja, se meu bebê está comigo, estará alimentado e protegido. Simples assim.
ResponderExcluirMamãe e com vida!
Joanna Ribeiro
ExcluirJoanna, vc tem toda razão! Claro que vamos analisar os riscos e não vamos expor nossos filhos, mas o que não vale é ficar trancada em casa e o mundo acontecendo lá fora. Nem todos nos entendem. Infelizmente, nossa sociedade tende a colocar o bebê como um bichinho que incomoda. Mas cabe a nós, mães estarmos conectadas. É só levar o seu peito e esbarrar com uma outra mãe :)
ExcluirAdorei o texto! Acho que o mais importante é sabermos o que nos faz bem. Se quer ficar em casa, fique.
ResponderExcluirSe quer sair, saia. Conforme citaram anteriormente, se o bebê está seguro, que mal tem?!
Sensacional, Luciana! Você é a melhor mãe que o seu filho pode ter! Se isso significa ficar em casa grudadinho com ele. Então fique! Se vc sente vontade de dar uma volta e continuar grudadinha com seu filho, então faça também! O que não vale é ficar angustia por fazer uma coisa e na verdade querer fazer outra.
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