quarta-feira, 6 de abril de 2016

O Parto!!! parte III - Quando vc decide!! - Por Lilian Martins Moreira

Ola!
Sou a Lilian, advogada, Casada com o Filipe e mão do Carlos Eduardo.
Quando a Re me pediu um relato da minha experiência fiquei muito feliz, pois acho que o que irei relatar aqui vai ajudar a muitas futuras mamães a ter um parto com respeito e dignidade e encorajá-las a ter um parto normal. Por isso, acho importante a exposição nesse sentido.

Hoje meu filho Carlos Eduardo = CADU está completando  3 meses e 14 dias de muita fofura, gostosura e esperteza.
Cadu nasceu no dia 21/12/2015, as 10:55 hs, de parto normal, pesando 3.530 kg, com 50 cm e super saudável, limpinho e com Apgar 9 (numeração que a criança ganha ao nascer e quanto maior melhor) e de olhos bem abertos.

Quando do início da gestação, sempre quis ter um parto cesariana para “fugir” das dores do parto e por achar desnecessário todo o sofrimento que o parto normal poderia me ocasionar, além do risco por conta da pressão alta e do DPOC (Asma) que eu tenho.

No decorrer da gestação fui acompanhada pela médica do plano e minha saúde no pré natal sempre esteve ótima. Comecei a ampliar os horizontes sobre os tipos de parto e uma grande amiga (grávida também, só que com um mês de gestação na minha frente) me indicou um filme para ver sem compromisso, chamado “Renascimento do Parto”.

Esse filme me tocou muito e foi muito esclarecedor. Comecei a entender que o nascimento do meu filho era um momento único, mágico e relevante, sendo importante ele nascer no seu tempo e que essa minha decisão seria muito importante para seu desenvolvimento e sua saúde.

Na 35a semana de gestação conversei com a médica que estava me acompanhando sobre quais seriam minhas chances de ter um parto normal, já que tudo estava caminhando muito bem para isso. A mesma se mostrou apática, informando todos os problemas que poderiam ocorrer no parto normal (não citou nenhuma vantagem), agendou para o Cadu nascer de cesárea dia 7/12/2015 às 6h da manhã, numa terça-feira, pois assim não atrapalharia sua agenda no consultório, e caso quisesse fazer diferente (Parto normal), teria que ser no particular, fora do plano de saúde, além de outras coisas que não vem ao caso relatar. Sai do consultório meio acuada, chateada e inconformada da possibilidade do meu filho nascer com data e dia marcados, como se eu estivesse indo fazer as unhas....

Fiquei bem chateada e inconformada com a postura e fui para casa pensando muito nisso tudo. Tentei marcar outros médicos conveniados do plano, todos sem sucesso, as desculpas sempre eram as mesmas: agendas lotadas e indisponibilidade de me acompanhar devido ao tempo que eu estava de gestação.

Insisti na minha vontade de querer ter um parto respeitoso e dentro do que eu gostaria. Foi quando uma amiga me indicou uma médica “estilo humanizada” e que fazia partos com respeito e levando em consideração que a grande protagonista do parto é a mãe.

Contrariando muitas pessoas, inclusive meu próprio marido, insisti na ideia e entrei em contato com a Dra Mariana Carvalho, que marcou a consulta na minha casa, durou 3h, e tirou TODAS as nossas dúvidas de uma forma bem esclarecedora e que me tranquilizou muito. Ficamos convencidos de contratá-la para realizar nosso parto.

Essa decisão fez toda diferença para o parto “mágico” que tivemos e que emocionou a todos que o acompanharam (eu, meu marido, anestesista, obstetra, pediatra e enfermeiras). Foram 9 horas de trabalho de parto, que começou as 1:30 hs da madrugada em casa e com todo o apoio da obstetra (que chegou na minha casa as 3:30 hs da madruga) que fez o trabalho de doula, médica e amiga, tendo toda paciência comigo, pois as dores eram muito fortes e eu estava muito nervosa, insegura, vulnerável e com medo.

A bolsa estourou mais ou menos 3 hs da manhã e foi difícil aguentar. Saímos de casa em direção ao hospital com 3 cm de dilatação e chegamos com 5 cm de dilatação, pedi anestesia porque pra mim a dor já estava num ponto insuportável de aguentar, estava passando mal fisicamente, já tinha vomitado e sentido vontade de desmaiar.

A Anestesia foi essencial para eu aguentasse até o final, porque simplesmente cessou a dor e ainda tinha que fazer força para que o bebê pudesse sair, com a dor que eu estava sentindo, ia ser impossível ir até o final. Dra. Mariana e a Dra. Juliana (anestesista) dando todo o apoio e me passando tudo que estava acontecendo e me orientando com tudo que eu tinha que fazer. Não perdi a sensibilidade das pernas e andei todo o centro cirúrgico, mudei várias vezes de posição, fiquei de cócoras, sentei no banquinho que é vazado por baixo para facilitar a expulsão do bebê, fiquei sentada, deitada na maca cirúrgica.

As luzes do centro cirúrgico foram diminuídas, desligaram o ar condicionado, colocaram música ambiente (na hora que o baby nasceu estava tocando Janeiro a Janeiro de Nando Reis), a médica tirou o relógio da sala (para que eu não ficasse ansiosa), a Dra. Juliana fez uma sessão de fotos pelo celular que parecia ensaio profissional (nota mil tb, merece todos os créditos), quando o bebê “corou” e não saia, onde qualquer outro médico faria uma Episiotomia para “adiantar” o andamento, foi quando,  em voz alta para que meu filho me ajudasse a sair e foi quando eu dei a luz de uma forma respeitosa, mágica e como meu filho merecia, o respeitando no seu tempo e na vontade de Deus.
Meu marido esperou o cordão umbilical parar de pulsar e o cortou. Tudo dentro do que esperei e não me arrependo de nada.

Parabéns e muito obrigada a toda equipe envolvida Dra. Mariana Carvalho (Obstetra/doula e amiga), Dra. Márcia Martins (Pediatra) e Dra. Juliana Azzi (Anestesista/Fotógrafa rs).

Esse é o ideal para o Parto Normal sem violências obstétricas, onde a protagonista é a mãe (quando tudo sai dentro do esperado), onde há o respeito pela vida que já pulsava dentro de mim e a sua vontade e hora para nascer e respeitando também a vontade de Deus, me senti acolhida, cuidada e respeitada no momento mais importante da minha vida, do meu filho e do meu marido.

Lilian

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