quarta-feira, 20 de abril de 2016

O Parto!!! Parte V - O PAPEL DO PEDIATRA NA SALA DE PARTO - Por Dra. Fernanda Catharino

Sabe quando aquele convite é feito e você vibra por ter sido escolhida para falar dele? Este foi exatamente assim! Falou em sala de parto eu já estou vibrando! Com certeza é o que eu mais amo fazer na minha vida! Fazer uma sala de parto é participar de um momento único na vida de qualquer família.
Para estreitar cada vez mais o laço família – pediatra, “inventei”, como já falei pra vocês em outros posts, a consulta pré-natal com a Pediatra escolhida. Digo que inventei, pois não conhecia ninguém que fazia isso antes.  Daí, um dia pensei que se já conhecesse a família antes, explicasse a eles tudo que acontece durante um trabalho de parto, durante o momento parto e, principalmente o que acontece com o bebê logo assim que ele nasce, tudo fluiria com mais naturalidade, tudo seria menos invasivo possível, mas com certeza tudo com os olhares mais responsáveis do mundo sob o bem mais precioso que acabara de chegar. E melhor ainda, sob o olhar que mamãe e papai escolheram para estar ali naquele momento. Vale lembrar que o pai, ou o acompanhante escolhido pela mãe, deve participar da consulta pré –natal também! É importante ele ter ideia de tudo que vai acontecer lá e acompanhar o bebê logo após o nascimento!
O papel do pediatra na sala de parto traz TODA  segurança que uma equipe obstétrica necessita. E é, por isso, INDISPENSÁVEL! O Pediatra é  aquele que diz o que todos querem ouvir ( “O bebê está ótimo!”)  e, é o médico habilitado através de cursos específicos oferecidos pela Sociedade Brasileira de Pediatria, para intervir quando há necessidade. Sim, na sala de parto podem acontecer situações graves que necessitem de conhecimento, rapidez e habilidade para resolver.
Quando o bebê nasce, seja de parto normal ou cesariana, a primeira preocupação deve ser a prevenção da hipotermia através de calor, panos aquecidos e contato pele-a pele com a mãe. Foi criado um Indice chamado APGAR, que são as famosas “notinhas” dadas ao bebê no primeiro e no quinto minuto de vida. Essas notinhas indicam principalmente se o recém- nascido sofreu algum grau de asfixia (falta de oxigenação), que o impeça de seguir em aleitamento materno assim que possível. O Apgar avalia características como  respiração (choro), frequência cardíaca, irritabilidade do bebê, tônus muscular e a cor do bebê ao nascimento. São dadas notas de 0 , 1 ou 2 para cada item, no primeiro e no quinto minuto de vida. A soma deles deve ser superior a 5 sempre para que o bebê siga em alojamento conjunto e em aleitamento materno exclusivo com sua  mãe.
Dado o Apgar, é realizado o primeiro exame físico do bebê, para que possam ser checadas as informações ultrassonográficas já vistas  laaaá na consulta pré-natal....  seguimos então com o clampeamento definitivo do cordão umbilical, coleta de sangue deste cordão para realização de tipagem sanguínea e fator Rh e  identificação do bebê e da mãe.
Preconizando o parto cada vez mais humanizado (sim, eu faço sala de parto de “cesárea humanizada”) o bebê deve estar junto de sua mãe o mais breve possível e o contato com o seio materno deve ser incentivado ainda dentro da sala de parto. Há estudos que comprovam que o sucesso do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, está diretamente ligado `a essa  prática!
Portanto mamãe e bebê deve ser separados apenas para procedimentos de pesagem, medidas e cuidados específicos como realização de vitamina K (para prevenção de doença hemorrágica do RN), realização de CREDE ocular nos partos vaginais, e colocação de roupinhas adequadas a temperatura. Esses procedimentos devem ser rápidos e o bebê deve voltar aos braços maternos o quanto antes!
Certamente é um momento sublime! E deve fazer parte dele pessoas especiais e escolhidas por você mamãe, a dedo! Faça questão disso! Vale muito a pena! Conheça seu Pediatra! Estreite essa relação!



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